Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br Tue, 08 Apr 2025 10:21:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/wp-content/uploads/2025/04/cropped-flavicon-32x32.png Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br 32 32 Transforme a volatilidade cambial em oportunidade para o seu cliente! https://www.brokerbrasilcambio.com.br/transforme-a-volatilidade-cambial-em-oportunidade-para-o-seu-cliente/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/transforme-a-volatilidade-cambial-em-oportunidade-para-o-seu-cliente/#respond Tue, 08 Apr 2025 10:20:19 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1013531

Quem trabalha com importações e exportações tende a ver a volatilidade cambial como uma ameaça. 

Se você, como despachante aduaneiro, for capaz de mostrar para o seu cliente que, ao seu lado, essa mesma variável pode ser uma oportunidade, o valor agregado ao seu trabalho será enorme. Consequentemente, a conquista e fidelização de clientes também.

Mas como transformar a volatilidade cambial em oportunidade?

Entenda a volatilidade cambial

A volatilidade cambial refere-se às mudanças rápidas e imprevisíveis nas taxas de câmbio entre moedas. Esses movimentos podem ser causados por uma série de fatores, como políticas econômicas, crises internacionais, mudanças nos mercados financeiros, entre outros.  

Quando não gerida de forma adequada, a volatilidade pode resultar em custos adicionais para as empresas, afetando diretamente seus lucros e prejuízos.

Como a volatilidade cambial pode ser transformada em oportunidade?

Para mudar a perspectiva em relação a esse assunto, o despachante precisa dominar algumas ferramentas e estratégias:

Estratégias de hedge (proteção cambial): uma das formas mais eficazes de lidar com a volatilidade cambial é por meio do hedge cambial. Ao adotar estratégias de proteção, você pode “travar” uma taxa de câmbio favorável, minimizando o impacto das flutuações. Essa abordagem não apenas protege seus clientes contra o risco cambial, mas também oferece previsibilidade, ajudando-os a planejar com mais precisão os custos das transações internacionais.

Aproveitando as flutuações para maximizar lucros: enquanto alguns veem as flutuações cambiais como um risco, outros as consideram uma oportunidade para maximizar seus lucros. Para empresas exportadoras, por exemplo, a desvalorização de sua moeda pode tornar seus produtos mais baratos para compradores internacionais, aumentando a competitividade no mercado global. Por outro lado, uma valorização da moeda pode beneficiar as empresas importadoras, permitindo a compra de produtos a preços mais baixos.

Diversificação de moeda: para empresas que lidam com múltiplos mercados internacionais, a diversificação das moedas de transação pode ser uma excelente estratégia. Ao não depender de uma única moeda, as empresas podem diluir os riscos associados a uma única flutuação cambial. Isso oferece mais flexibilidade e, com o planejamento adequado, pode resultar em uma gestão mais eficiente e rentável.

Como a Broker Brasil pode ajudar?

Na Broker Brasil, entendemos que a volatilidade cambial é, ironicamente, uma constante no mercado global, mas acreditamos que ela pode ser aproveitada para gerar vantagens competitivas para os nossos clientes. 

Com nossa experiência em gestão cambial e soluções personalizadas, oferecemos aos despachantes aduaneiros as ferramentas necessárias para transformar essa volatilidade em oportunidade. Por meio de estratégias de proteção cambial, consultoria especializada e acesso às melhores taxas de mercado, ajudamos nossos parceiros a conquistarem os melhores resultados. 

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Intermodal 2025: conectando profissionais e oportunidades no setor de comex e logística https://www.brokerbrasilcambio.com.br/intermodal-2025-conectando-profissionais-e-oportunidades-no-setor-de-comex-e-logistica/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/intermodal-2025-conectando-profissionais-e-oportunidades-no-setor-de-comex-e-logistica/#respond Mon, 17 Mar 2025 19:34:44 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012263 A Intermodal 2025 está chegando e para nós será um evento e tanto!. Afinal, entendemos o impacto dessa feira, que reúne os principais players do mercado de logística e comex. 

É uma oportunidade única de fortalecer conexões, promover soluções inovadoras e abrir portas para negócios internacionais.

“Mais de 90% do nosso volume de câmbio vem de operações corporativas ligadas à importação e exportação de mercadorias. Esse é o nosso DNA! Atendemos desde pequenos importadores e exportadores até gigantes multinacionais líderes em seus segmentos, sempre com o objetivo de simplificar e otimizar pagamentos e recebimentos internacionais”, ressalta Airton Junior, CEO da Broker Brasil Corretora de Cãmbio.

A importância da Intermodal para o Setor de comex e logística

A Intermodal não é apenas um evento de grande porte para o setor de transporte e logística. É também – e acima de tudo – uma plataforma estratégica de encontro entre profissionais, empresas e soluções. 

O evento é conhecido por ser o ponto de convergência de soluções inovadoras, tecnologias disruptivas e, claro, oportunidades para expandir fronteiras no comércio exterior.

A presença da Broker Brasil na Intermodal 2025 reafirma nosso compromisso com o mercado de câmbio e com a construção de pontes entre o Brasil e o restante do mundo. 

“E é por isso que a INTERMODAL 2025 é o lugar certo para estarmos! O evento já faz parte da rotina dos nossos clientes e parceiros, sejam eles pequenos importadores e exportadores, as gigantes multinacionais ou prestadores de serviço como NVOCCs, Tradings, agentes de carga e despachantes aduaneiros”, comenta Airton Junior.

Para empresas que atuam no comércio exterior, como importadores, exportadores, distribuidores e até mesmo operadores logísticos, entender as nuances do mercado de câmbio é fundamental para garantir que as operações sejam financeiramente vantajosas e seguras. 

E é exatamente isso que a Broker oferece: expertise no câmbio, além de soluções financeiras integradas que viabilizam transações internacionais com mais eficiência.

Networking: uma oportunidade para profissionais se conectarem

Mais do que uma feira de negócios, a Intermodal 2025 oferece uma chance de networking como poucas que acontecem ao longo do ano. 

Durante os dias do evento, profissionais de diversas partes do mundo se reúnem para trocar experiências, discutir tendências do setor e buscar soluções para desafios comuns. Para quem trabalha no setor de comex e logística, estar presente neste evento significa ter acesso direto a outros líderes do mercado, empresas parceiras e até potenciais clientes.

As soluções da Broker Brasil na Intermodal 2025

Em 2025, a Broker Brasil levará, pela primeira vez, à Intermodal soluções ainda mais sofisticadas e inteligentes para o setor de comércio exterior e logística. 

Sabemos que o câmbio é um elemento essencial para o sucesso nas operações internacionais, e por isso, vamos apresentar nossa gama de serviços com foco em:

  • Consultoria de câmbio personalizada: oferecemos consultoria especializada para ajudar empresas a otimizar suas operações cambiais, com foco em redução de custos e mitigação de riscos;
  • Tecnologia em transações cambiais: por meio do nosso sistema proporcionamos mais agilidade, segurança e transparência nas transações internacionais onde o cliente pode acompanhar tudo online;
  • Gestão de riscos cambiais: durante o evento, nossos especialistas vão mostrar como as empresas podem se proteger contra as flutuações do mercado cambial;

Por que estar na Intermodal 2025 é essencial para o futuro dos negócios

A Intermodal 2025 será um evento decisivo para quem deseja se posicionar no cenário internacional. Vemos essa oportunidade como uma chance de estreitar ainda mais o relacionamento com nossos clientes, oferecendo soluções que atendem às novas demandas do comércio exterior. 

Por meio do nosso portfólio de soluções financeiras, buscamos ajudar empresas a se destacarem em um mercado cada vez mais complexo e dinâmico, com confiança e segurança.

Não deixe de nos visitar na Intermodal 2025 e conhecer as soluções que temos para transformar suas operações cambiais e logísticas. 

Estamos prontos para ajudá-lo a expandir seus horizontes e prospectar novas oportunidades no mercado internacional.

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Por que um despachante aduaneiro precisa de uma corretora de câmbio? https://www.brokerbrasilcambio.com.br/por-que-um-despachante-aduaneiro-precisa-de-uma-corretora-de-cambio/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/por-que-um-despachante-aduaneiro-precisa-de-uma-corretora-de-cambio/#respond Thu, 06 Mar 2025 12:14:34 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012257 O câmbio é um dos aspectos mais complexos do comércio exterior. E é importante na mesma proporção.

Os processos de importação e exportação exigem que o pagamento seja realizado em moedas estrangeiras, e isso envolve uma série de procedimentos e cuidados que podem ser difíceis de gerenciar sem o suporte adequado. E é aqui que nós entramos.

Como uma corretora de câmbio com mais de uma década de atuação no mercado, a Broker Brasil oferece mais do que conversão de moedas, atuamos como uma parceira estratégica. 

Nossa missão é pautada pela segurança, eficiência e compliance, aspectos essenciais para despachantes aduaneiros que buscam entregar resultados seguros e eficazes para os clientes.

Como nossa parceria pode transformar seu serviço de despachante aduaneiro?

Atuamos em diversas frentes garantindo que o despachante preste um serviço de excelência para o seu cliente.

1. Maior eficiência no processo cambial

Ao contar com uma corretora especializada, você pode otimizar o processo de câmbio e pagamento internacional. A Broker Brasil oferece soluções rápidas e eficientes, permitindo que o despachante aduaneiro consiga fornecer aos seus clientes um processo mais ágil e sem complicações. 

2. Segurança e conformidade regulamentar

Como primeira corretora de câmbio certificada pelo Selo Abracam de Conformidade, a Broker Brasil garante que todas as operações estejam em conformidade com as exigências da legislação brasileira e internacional. 

Isso significa que, ao escolher nossa corretora como sua parceira, você assegura que seus clientes estarão cumprindo todas as exigências legais. Isso não só aumenta a confiança no serviço prestado, mas também minimiza riscos de multas e penalidades.

3. Soluções personalizadas para cada necessidade

Cada cliente tem necessidades diferentes e a Broker Brasil entende que o câmbio pode variar conforme o tipo de transação e o perfil de cada importação ou exportação. 

Nossa equipe de especialistas está disponível para ajudar os despachantes a encontrar soluções personalizadas, de modo que cada operação de câmbio seja eficiente e adequada ao momento do cliente.

4. Gestão de riscos cambiais

Um dos maiores desafios para quem lida com o câmbio internacional é a flutuação das taxas de câmbio. No entanto, com o nosso apoio e por meio de soluções de hedge, o despachante aduaneiro pode  proteger as operações do cliente dele contra as oscilações do mercado. 

5. Aumento da competitividade no mercado

O mercado de comércio exterior é extremamente competitivo, e cada detalhe pode ser a chave para conquistar um novo cliente ou garantir uma renovação de contrato. 

Ao travar uma parceria com a Broker Brasil, o despachante aduaneiro agrega valor à qualidade do serviço que oferece e também se destaca como um profissional que vai além, proporcionando uma experiência superior para seus clientes.

6. Facilidade e suporte para o cliente

A Broker Brasil oferece suporte contínuo ao despachante aduaneiro, garantindo que sejam atendidos rapidamente sempre que necessário. 

Nossa equipe está disponível para tirar dúvidas, fornecer informações em tempo real sobre as taxas de câmbio e ajudar a resolver qualquer problema relacionado às transações cambiais. 

Esse suporte ágil e eficaz contribui para uma experiência mais fluida e sem obstáculos, que, por sua vez, reflete positivamente no relacionamento entre o despachante e seu cliente.

A Broker Brasil é mais do que uma simples corretora de câmbio: somos seu parceiro para agregar valor aos serviços prestados no comércio exterior. 

Conte com a nossa equipe!

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Toda quarta é Super quarta? Quando ocorre a Super Quarta? https://www.brokerbrasilcambio.com.br/toda-quarta-e-super-quarta-quando-ocorre-a-super-quarta/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/toda-quarta-e-super-quarta-quando-ocorre-a-super-quarta/#respond Wed, 16 Oct 2024 12:35:08 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012225 Você já ouviu falar da “Super Quarta”? Ela acontece quando o Banco Central do Brasil (Copom) e o Federal Reserve dos EUA (Fomc) anunciam suas taxas de juros no mesmo dia. Essas decisões impactam diretamente os mercados globais e locais, influenciando investimentos, câmbio, inflação e a atividade econômica como um todo. 

Por que a Super Quarta é tão importante?

A Super Quarta é relevante porque as decisões sobre as taxas de juros desses dois grandes bancos centrais ditam o rumo da economia e afetam o fluxo de capital entre os países. Quando os juros americanos sobem, por exemplo, investidores tendem a mover seus recursos para os EUA em busca de retornos mais elevados, impactando a demanda por moedas estrangeiras, como o real brasileiro. A combinação desses anúncios no mesmo dia gera grandes movimentações no mercado financeiro, especialmente no mercado de câmbio.

Como a Super Quarta afeta o mercado cambial?

Decisões sobre as taxas de juros têm um impacto direto sobre as moedas. Uma alta na taxa de juros nos EUA pode valorizar o dólar, enquanto uma redução da taxa no Brasil pode enfraquecer o real. Essas variações influenciam diretamente as operações de câmbio, afetando o custo de importações e exportações, contratos futuros e até as reservas cambiais das empresas.

Como se preparar para uma Super Quarta?

– Acompanhe as notícias: é fundamental estar por dentro das expectativas do mercado antes da Super Quarta. Grandes instituições financeiras e especialistas já começam a antecipar possíveis cenários dias antes dos anúncios.

– Monitore as decisões ao vivo: para não ser pego de surpresa, fique atento às atualizações. Aqui na Broker Brasil, sempre compartilhamos informações sobre os impactos dessas decisões em tempo real. Siga nosso perfil para acompanhar as novidades! 

– Planeje suas operações de câmbio: antecipe-se! Dependendo das expectativas para a Super Quarta, pode ser vantajoso realizar operações de hedge cambial ou renegociar contratos de câmbio com antecedência. Consultar especialistas é essencial para proteger suas finanças.

Como saber quando será uma Super Quarta?

A Super Quarta ocorre nas datas de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Brasil) e do Fomc (Federal Open Market Committee, dos EUA). Para não perder nenhuma, anote aí as próximas Super Quartas de 2025:

  • 29 de janeiro
  • 19 de março
  • 30 de abril
  • 11 de junho
  • 24 de julho
  • 18 de setembro
  • 11 de dezembro

Esses dias podem trazer grandes variações para o mercado, então esteja preparado!

Quer entender melhor como esses anúncios impactam sua empresa e como se proteger das oscilações cambiais? Conte com a Broker Brasil para te ajudar a ser protagonista nesse cenário com segurança e eficiência! 

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CENÁRIO-2: DÓLAR SOBE A MAIOR NÍVEL DESDE DEZ/2021 ANTE TEMOR GEOPOLÍTICO E COM ATIVIDADE GLOBAL https://www.brokerbrasilcambio.com.br/cenario-2-dolar-sobe-a-maior-nivel-desde-dez-2021-ante-temor-geopolitico-e-com-atividade-global/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/cenario-2-dolar-sobe-a-maior-nivel-desde-dez-2021-ante-temor-geopolitico-e-com-atividade-global/#respond Fri, 02 Aug 2024 14:53:37 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012183 Depois de uma manhã em que alternou movimentos de alta e baixa, o dólar teve uma tarde de forte valorização ante o real. A moeda americana saltou 1,41%, aos R$ 5,7350, o maior nível desde 21 de dezembro de 2021. Mas diferentemente dos picos recentes, o grosso do movimento teve causa externa. A escalada da crise que coloca, de um lado, Israel e, de outro, Irã e os grupos Hezbollah e Hamas é o gatilho para um forte movimento de aversão ao risco no mercado internacional. Adicionalmente, há temor com crescimento mundial, em particular, dos Estados Unidos, onde os dados fracos divulgados hoje acenderam o alerta para a atividade. Esse combo acabou anulando os efeitos favoráveis à tomada de risco do aceno do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao corte de juros em setembro, bem como a baixa das taxas na Inglaterra. No exterior, houve corrida para o dólar e fuga de commodities e bolsas. O Nasdaq foi o índice mais prejudicado em Nova York, com baixa de 2,30%. Aqui no Brasil, o Ibovespa só não caiu mais por causa de ações como Bradesco (ON +1,07% e PN +1,29%) e de segmentos de consumo e frigoríficos. O índice terminou o dia em 127.395,10 pontos (-0,20%). Na curva de juros, o ajuste de baixa após o mercado queimar prêmios com o comunicado do Copom acabou perdendo força com o aumento da cautela externa. Na pesquisa do Projeções Broadcast, é unânime a visão de que o Banco Central manterá a Selic em 10,50% em setembro, embora na curva de juros ainda há apostas de uma alta.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

CÂMBIO  

O dólar disparou ao longo da tarde e superou a barreira psicológica de R$ 5,70, encerrando o dia no maior valor de fechamento desde fins de dezembro de 2021. As divisas emergentes latino-americanas foram as que mais sofreram com a onda de aversão global ao risco deflagrada por temores de desaceleração mais forte da economia americana e, em menor medida, pelo avanço das tensões geopolítica no Oriente Médio. O real apresentou as piores perdas entre as principais moedas, seguido por um de seus pares, o peso chileno.  

Após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, abrir a porta ontem para início de corte de juros em setembro, investidores hoje receberam dados sugerindo perda de fôlego maior da atividade nos EUA. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), medido pelo ISM, caiu em julho, na contramão da previsão de alta, e se manteve abaixo da linha de 50 pontos, o que sugere contração. Os números de pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram mais do que as expectativas.

A leitura de economia aquecida e resiliência inflacionária deu lugar ao temor de uma desaceleração econômica abrupta, com até eventual recessão nos EUA. Não à toa o Banco Central americano, embora tenha repetido ontem que precisa de maior confiança no processo de desinflação para reduzir os juros, alertou que está atento a riscos para os dois lados de seu mandato duplo: controle de inflação e pleno emprego.

Lá fora, as bolsas americanas despencaram, com tombo das big techs, as taxas dos Treasuries recuaram e a moeda americana ganhou força na comparação com o euro e a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O iene subiu mais um degrau na comparação com o dólar, o que pode ter contribuído para a depreciação mais aguda de divisas latinas. O petróleo recuou com receio de enfraquecimento da demanda se sobrepondo a riscos à oferta vindos de possível conflito entre Israel e Irã.

Com máxima a R$ 5,7430, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,41%, cotado a R$ 5,7350 – maior valor de fechamento desde 21 de dezembro de 2022 (R$ 5,7388). Principal termômetro do apetite para negócios, o contrato de dólar futuro para setembro teve giro forte, acima de US$ 17 bilhões, o que sugere mudanças relevantes de posicionamento. Operadores citaram busca por hedge e ordens de “stop loss” de agentes que carregam posições vendidas em derivativos cambiais.  

“Há um movimento global de aversão ao risco que ganhou impulso forte hoje, sobretudo após indicador industrial mais fraco nos EUA e na China. Alguns indicadores estão apontando para uma desaceleração mais forte da economia mundial, o que leva a uma reprecificação dos ativos financeiros”, afirma o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, ressaltando que o índice VIX – conhecido com termômetro do medo – disparou e atingiu os maiores níveis desde abril.  

O quadro externo deixou em segundo plano a reação ao comunicado da decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. A avaliação da maioria dos economistas foi a de que, apesar de vir menos duro que o esperado, o comunicado abriu uma fresta para uma eventual alta da taxa Selic caso haja piora do câmbio e deterioração maior das expectativas de inflação.  

Para Oliveira, o comunicado trouxe um tom mais duro do que os anteriores, com aumento das projeções para o IPCA de 2024 e 2025 e dos riscos de alta da inflação. Apesar de adotar uma postura cautelosa, o comitê não sinalizou alta de juros em sua próxima reunião e parece ter como plano de voo manter a Selic em 10,50% por período prolongado, avalia.  

O economista do Pine não vê motivos para uma alta dos juros por aqui mesmo com a depreciação do real, uma vez que a tendência é de queda das taxas globais. “O mercado já começa a aumentar a precificação de corte de 50 pontos-base nos EUA em setembro”, observa Oliveira, ressaltando que um retorno da visão de ‘soft landing’ da economia americana pode beneficiar divisas emergentes, como o real.  

17:49  

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima   

Dólar Comercial (AE) 5.73500 1.4093 5.74300 5.63290  

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0      

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5764.500 1.5950 5770.500 5651.500  

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5779.000 1.4216 5779.000 5722.500  

MERCADOS INTERNACIONAIS  

A rodada de indicadores nos Estados Unidos hoje reforçou as apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião, enquanto lançou preocupações sobre a possibilidade de recessão, agora com investidores aguardando a divulgação do payroll de julho, que deve apresentar a terceira desaceleração consecutiva. O cenário de cautela também foi intensificado pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, conforme Irã e Hezbollah prometem retaliação a Israel após o assassinato de um líder militar do grupo extremista – pela tarde, Israel interceptou foguetes lançados do Líbano. Com a aversão ao risco instaurada, os principais índices de Nova York tiveram forte queda, e os retornos da ponta curta dos Treasuries caíram ao menor nível desde fevereiro, diante da alta demanda, com o da T-note de 10 anos abaixo de 4%. No câmbio, o dólar se fortaleceu, e a força da moeda americana prejudicou a atratividade das commodities, com o petróleo caindo também diante de uma possível demanda americana fragilizada.

Pela manhã, os pedidos de seguro-desemprego da última semana nos Estados Unidos atingiram o maior valor desde agosto de 2023, enquanto o custo unitário de mão de obra ficou abaixo do esperado no segundo trimestre, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial dos EUA, medido pelo instituto ISM, indicou contração na atividade durante julho. Os investimentos em construção caíram em junho, enquanto era esperada alta. Diante de tantos sinais de enfraquecimento da economia, a ferramenta de monitoramento do CME Group agora precifica 25,5% de chance de corte de 50 pontosbase pelo Fed na reunião de setembro. No agregado do ano, as apostas do mercado para cortes de 25 ou 50 pontos-base estão zeradas e, embora a chance majoritária ainda seja de corte de 75 pb, com 66,3% de chance; houve forte alta da chance de redução de 100 pontos-base até o fim de 2024, agora com 30,4% de probabilidade.  

Segundo Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, a sequência de dados negativos motivou a queda dos rendimentos dos Treasuries, e a interpretação dos dados pode indicar que o perfil do emprego americano está se movendo excessivamente para o lado negativo.  

Somado a isto, investidores monitoraram hoje o desenrolar da nova escalada das tensões no Oriente Médio. Durante a tarde, foram ouvidas sirenes no sul israelense perto das fronteiras com o Líbano. O Hezbollah, então, confirmou a autoria de ataques, que foram contidos pelo domo de ferro do país, conforme a imprensa local. Há preocupações com a possibilidade de uma escalada, enquanto um ataque iraniano ao país também é possível.

Neste contexto, houve alta demanda por Treasuries hoje, o que derrubou os rendimentos da T-note de 2 e 10 anos para o menor nível desde fevereiro; com o juro da T-note de 10 anos abaixo de 4%. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos cedia a 4,166%, de 4,253% perto do fechamento da sessão do mercado acionário ontem. O da Tnote de 10 anos recuava a 3,987%, de 4,050% e o do T-bond de 30 anos baixava a 4,284% de 4,339%.

Enquanto isso, o dólar se fortaleceu contra euro e libra, embora o iene continue se fortalecendo diante do quadro de cautela. Hoje a libra recuou mais forte do que os pares, com fuga da moeda após o Banco da Inglaterra (BoE) dar início ao seu ciclo de flexibilização monetária. No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou valorização de 0,31%, a 104,421 pontos. A libra cedia a US$ 1,2746 e o euro, a US$ 1,0797. A moeda japonesa seguiu firme e o dólar recuava a 149,74 ienes.

A força do dólar americano hoje prejudicou a atratividade do petróleo, que pela manhã chegou a subir na esteira das preocupações com perturbações na oferta no Oriente Médio. Porém, os preços viraram e passaram a cair diante dos sinais de enfraquecimento econômico nos EUA, que apontam para uma demanda menor. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 2,05% (US$ 1,60), A US$ 76,31 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), retraiu 1,63% (US$ 1,32), a US$ 79,52 o barril.

No mercado acionário de Nova York, a fuga do risco deixou a temporada de balanços no segundo plano, enquanto investidores aguardavam balanços de importantes empresas do setor de tecnologia após o fechamento. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,21%, a 40.347,97 pontos; o S&P 500 perdeu 1,37%, a 5.446,68 pontos; o Nasdaq recuou 2,30%, a 17.194,15 pontos. O índice VIX subia 13,69% perto do fechamento, tendo atingido maior nível desde abril na máxima do dia. Exceção, Meta subiu 4,82%, após informar lucro acima do esperado.  

Agora, os olhos se voltam para a leitura do payroll dos Estados Unidos em julho. Segundo a mediana de 30 analistas ouvidos pelo Broadcast, o país gerou 180 mil vagas no mês, o que sinalizaria a terceira desaceleração consecutiva e, segundo o Citi, deixaria o mercado de trabalho “à beira de um desconforto”. “Qualquer combinação de um crescimento mais fraco do emprego ou aumento na taxa de desemprego pode aumentar as expectativas por cortes maiores pelo Fed, de 50 pontos-base”, projeta o banco americano

BOLSA  

O Ibovespa lutou até o meio da tarde por sinal positivo neste primeiro fechamento de agosto, após a recuperação vista nos dois meses anteriores, especialmente em julho, quando subiu 3%. Mas, do meio para o fim da tarde, o índice da B3 não conseguiu resistir à forte correção em Nova York nesta abertura de mês e também à pressão no câmbio, que foi negociado a R$ 5,74 na máxima desta quinta-feira. Assim, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,20%, a 127.395,10 pontos, entre mínima de 127.149,63 (-0,39%) e máxima de 128.761,54 pontos (+0,87%) na sessão, em que saiu de abertura aos 127.652,02 pontos.

O giro financeiro foi a R$ 23,8 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa recua 0,08% e, no ano, acumula perda de 5,06%.

A aversão global que prevaleceu nesta quinta-feira colocou o ouro – um típico ativo defensivo, buscado em momentos de risco econômico e geopolítico – no maior nível histórico intradia na Comex, de Nova York, a US$ 2.506,60 por onça-troy. Em Nova York, os principais índices de ações fecharam com perdas entre 1,21% (Dow Jones) e 2,30% (Nasdaq) a sessão, em que o índice de volatilidade (VIX) atingiu o maior nível desde abril, refletindo o aumento da percepção de risco.  

No dia seguinte à celebração de sinais mais brandos do Federal Reserve sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos, vieram dados mais fracos tanto sobre a economia americana como sobre a chinesa, as duas maiores do mundo, o que resultou em retomada de temores sobre o nível de atividade global. E, como pano de fundo, as tensões geopolíticas no Oriente Médio que afetam diretamente os preços de commodities, como o petróleo (em baixa de 1,63% no Brent), e reforçam a demanda por dólar, a principal referência entre as moedas.

“Houve realização [de lucros] forte em Nova York após a decisão de ontem do Federal

Reserve. O mercado ansiava muito pela expectativa de o corte de juros se materializar

[em setembro], e foi o que se teve ontem, com o tom ‘dovish’, flexível, mostrado pelo Fed”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Hoje veio um ajuste, em meio a uma temporada de resultados trimestrais volátil, que traz nesta noite dois nomes importantes: Apple e Amazon”, acrescenta.

Na B3, “seis das 10 empresas mais pesadas do Ibovespa tiveram dia negativo”, aponta Anderson Silva, sócio da GT Capital, destacando a forte pressão observada no câmbio especialmente à tarde, que lançou o dólar à vista a R$ 5,74 no pico da sessão. Vale ON fechou em baixa de 2,24%, enquanto Petrobras ON e PN cederam, respectivamente, 1,85% (na mínima do dia no fechamento, a R$ 39,85) e 1,52%. Na ponta perdedora do Ibovespa, Dexco (-4,38%), Embraer (-4,09%) e Cogna (-3,95%). No lado oposto, Vivo (+4,31%), Weg (+4,30%) e Marfrig (+3,71%).

“A manutenção da taxa de juros no Brasil aconteceu – porém, o governo ainda não fez ação que melhore o cenário com relação ao fiscal, o que deixou os vencimentos futuros de DI mistos [na sessão], com parte deles ainda exigindo prêmio maior. O governo diz ‘baixe os juros’, o mercado diz ‘suba os juros’, e o Banco Central faz malabarismo para equilibrar tudo isso”, acrescenta Silva.

Para Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter, conforme esperado para a noite de ontem, a Selic em 10,50% ao ano, foi acompanhada por comunicado “duro, mas inteligente”, no qual se reconhece a “deterioração das expectativas, a piora do quadro fiscal e a depreciação do câmbio”.

“Os riscos exigem uma política monetária apertada por mais tempo”, aponta Boragini em nota, na qual ressalva não ter havido, no comunicado da noite de ontem, “qualquer indicação” de que o Copom planeja aumentar a taxa de juros, ao contrário de receios que vinham sendo precificados na curva de juros futuros.

No câmbio, a superação de níveis como o de R$ 5,70 aciona ordens de ‘stop loss’, o que resulta em vendas automáticas de ativos denominados em real e em aumento da demanda por dólares, observa em nota Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. “Dados econômicos fracos nos Estados Unidos, como os que mostraram, hoje, desaceleração da atividade industrial e aumento dos pedidos de seguro-desemprego, fortalecem o dólar como ativo de refúgio”, acrescenta. No fechamento desta quinta-feira, o dólar à vista mostrava alta de 1,41%, a R$ 5,7350.  

17:34  

 Índice Bovespa   Pontos   Var. %   

Último 127395.10 -0.2011  

Máxima 128761.54 +0.87  

Mínima 127149.63 -0.39  

Volume (R$ Bilhões) 2.38B  

Volume (US$ Bilhões) 4.20B  

17:49  

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %   

Último 127625 -0.3630  

Máxima 129270 +0.92  

Mínima 127520 -0.44  

JUROS 

A curva de juros ganhou inclinação nesta quinta-feira, com taxas em baixa até o trecho intermediário, enquanto as longas chegaram ao fim do dia em alta. A reação ao comunicado do Copom deu o tom principalmente na primeira etapa dos negócios, mas depois o aumento a cautela vinda do ambiente externo foi prevalecendo, com piora na percepção de risco geopolítico, somada a dados abaixo do esperado da economia dos EUA que referendaram o sinal do Federal Reserve de queda de juros em setembro.

Às 17h12, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu de

10,724% para 10,685% e a do DI para janeiro de 2026, de 11,62% para 11,56%. A taxa do DI para janeiro de 2027 recuava a 11,81%, de 11,84%, e a do DI para janeiro de 2029 subia de 11,98% para 12,02%.

O giro de contratos foi expressivo, especialmente no trecho curto, refletindo os ajustes nas apostas para a Selic nos próximos meses, pela leitura do comunicado do Copom. Na Pesquisa do Projeções Broadcast, 39 de 43 casas preveem que a Selic deve permanecer em 10,50% até o fim de 2024. Nas demais quatro, duas estimam taxa em 10,25% e duas em 10,00%. Na curva, a precificação de aumento da taxa básica perdeu força, mas os DIs seguem apontado nível acima de 11%.

No texto, o Copom atualiza o balanço de riscos para a inflação, destacando a desancoragem das expectativas por período mais prolongado, maior resiliência da inflação de serviços e o risco vindo do câmbio. Pelo lado baixista, cita o de desaceleração da atividade econômica global e os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global.

Parte do mercado esperava um tom mais “hawkish” e até um sinal mais claro sobre a possibilidade de subir os juros, o que os diretores evitaram fazer dadas as grandes incertezas do cenário. “Apesar do esperado endurecimento do tom do Copom, não há sinalização de um novo ciclo de alta, apesar de as portas não estarem fechadas. O Comitê buscou ganhar tempo para avaliar se as trajetórias das expectativas e do câmbio são temporárias ou mais persistentes”, afirma o estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein. Destaca ainda que a projeção de inflação para o primeiro trimestre de 2026, no cenário de Selic constante, ficou em 3,2%, “o que é um desvio aceitável em relação à meta (3%) e não baliza um aperto monetário”.

Para o economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares, o Copom acertou no tom, sendo assertivo sobre a necessidade de vigilância à escalada dos riscos de alta, sem indicar aperto porque o cenário está muito aberto. “Prefiro olhar o filme do que a foto. O Copom cortou a Selic em 0,5 ponto em março, depois reduziu a dose para 0,25 e depois manteve, conforme o cenário foi se deteriorando. É um processo que tem mesmo de ser gradual. O ritmo do Copom é diferente do ritmo do mercado, pois só poderá eventualmente corrigir a rota daqui a 45 dias. Não pode se precipitar”, afirma.

De todo modo, as taxas curtas e intermediárias devolveram prêmios, especialmente pela manhã quando caíam mais de 10 pontos-base. O fôlego de baixa arrefeceu à tarde, acompanhando o aumento da cautela nos mercados como um todo e com o dólar rompendo os R$ 5,70. O comportamento do câmbio é visto como variável ainda mais chave nas decisões do Copom nos próximos meses.

A ponta longa esteve em baixa pela manhã, mas menos pronunciada do que as demais, acompanhando o fechamento da curva dos Treasuries, por sua vez, conduzido por indicadores fracos da atividade nos EUA, que endossou a aposta de alívio monetário pelo Federal Reserve.  

Posteriormente, os yields aceleraram as perdas, com a escalada das tensões no Oriente Médio, envolvendo Israel, Líbano e o Irã acentuando o temor sobre a atividade global. Na ponta longa doméstica, o efeito foi o contrário. Com o aumento da aversão ao risco, os juros passaram a subir.  

A taxa da T-Note de dez anos furou os 4% pela primeira vez desde fevereiro, refletindo a busca pela segurança que também impulsionou o dólar contra moedas emergentes. O índice VIX, conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, saltava 18% no meio da tarde, ao maior nível desde abril. No fim da tarde, a T-Note de dez anos projetava 3,979%. Na Europa, os juros dos bônus britânicos também cederam, em reação ao corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE).

Na gestão da dívida, o Tesouro realizou leilão de prefixados com a mesma quantidade ofertada na semana passada, 4 milhões de LTN e 300 mil NTN-F, vendendo respectivamente 2,145 milhões e 177 mil. Os lotes seguem pequenos, refletindo a falta de interesse dos investidores potencializada pelo início do período de hiato dos dealer, que começou hoje e vai até o dia 10.  

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ATAQUE NO LÍBANO IMPULSIONA BUSCA POR TREASURIES, MAS EFEITONAS BOLSAS É LIMITADO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ataque-no-libano-impulsiona-busca-por-treasuries-mas-efeitonas-bolsas-e-limitado/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ataque-no-libano-impulsiona-busca-por-treasuries-mas-efeitonas-bolsas-e-limitado/#respond Wed, 31 Jul 2024 14:11:06 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012177 A resposta militar de Israel ao Líbano após o ataque do fim de semana do Hezbollah trouxe cautela ao mercado internacional na tarde desta terça-feira. Na busca por

segurança, o investidor comprou títulos do Tesouro dos EUA e ouro. A reação nas bolsas de Nova York foi de baixa, com mínimas na casa de 2% no Nasdaq, mas minutos depois o movimento de venda de ações arrefeceu. A imprensa internacional noticiou que Israel não pretende escalar ainda mais a crise e que o ataque de hoje serviu como uma “mensagem forte” ao Hezbollah, o que explica a reação limitada no petróleo, que apenas desacelerou a queda. De todo modo, o assunto segue no radar do investidor,

especialmente pelo potencial de pressão em preços de fretes marítimos, variável-chave observada pelos bancos centrais. Aqui no Brasil, o mercado mais impactado com a

tensão no Líbano foi a Bolsa, com o Ibovespa chegando a perder o suporte dos 126 mil pontos. O índice terminou o dia aos 126.139,21 pontos (-0,64%). Ações relacionadas a

commodities foram destaque de baixa, seguindo a desvalorização do preço das matérias- primas no mercado internacional, por dúvidas com o crescimento global. Nos juros futuros, sob pano de fundo do primeiro dia da reunião do Copom, o ajuste foi de baixa,

incorporando o movimento dos Treasuries e do petróleo. O saldo do Caged acima do consenso teve efeito pontual de redução do ritmo de queda. No dólar, houve queda de 0,15%, aos R$ 5,6173, com movimentos técnicos de rolagem de posições no mercado futuro prevalecendo.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

O ataque de Israel a um alvo do Hezbollah em Beirute injetou cautela nos mercados internacionais nesta tarde, e investidores correram para o ouro e os Treasuries, o que derrubou os retornos dos títulos do Tesouro dos EUA, diante de temores sobre uma possível escalada no conflito na região. Logo após os relatos, as bolsas de Nova York

ampliaram perdas, mas devolveram parte do movimento conforme os mercados avaliam o risco de expansão da guerra. Segundo relatos na imprensa, o governo dos EUA foi avisado do ataque antes dele acontecer, e considerou pequena a chance de escalada.

Enquanto há dúvidas sobre a possibilidade de expansão da guerra no Oriente Médio, os mercados de commodities de maneira tímida ao ataque, com o petróleo continuando o movimento de queda visto mais cedo. No câmbio, os olhos estão voltados para as

decisões de juros de Banco do Japão (BoJ) e Federal Reserve (Fed), com o iene reagindo a relatos de que o BoJ subirá juros, enquanto a moeda americana se fortalece contra euro e libra, de olho no diferencial de juros entre as economias.

Perto das duas da tarde (de Brasília), o exército de Israel atacou um líder do Hezbollah no Líbano, em retaliação a um bombardeio atribuído ao grupo militar neste fim de semana, que ceifou vidas de crianças israelenses. Há informações conflitantes sobre o alvo da

investida e o movimento foi comunicado anteriormente aos Estados Unidos. O governo americano, porém, considerou pequenas as chances de escalada no conflito, e um líder de Israel disse que a nação não tem intenção de começar uma guerra, mas dar uma

resposta ao Hezbollah. Também na região e aliado do Hezbollah, o Irã condenou o ataque de hoje.

Diante dos novos desdobramentos, investidores procuraram ativos de segurança nesta tarde, com os retornos dos Treasuries ampliando queda em meio à procura renovada pelos títulos, e com o preço do ouro subindo mais de 1% no pregão eletrônico da Comex. Pela manhã, os juros dos Treasuries movimentavam-se lateralmente, de olho na decisão de juros do Fed de amanhã, que deve manter as taxas inalteradas, mas dar os primeiros sinais de que o afrouxamento monetário começará em setembro. Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, escreve que o relatório Jolts de geração de empregos já tinha inserido pressões descendentes sobre os juros, e os fluxos de busca por segurança confirmaram a queda dos retornos após o ataque israelense. “Os fluxos de refúgio seguro certamente

ressoam à luz da incerteza geopolítica em andamento”, escreveu. Perto das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 4,360%; o da T-note de 10 anos tinha recuo a 4,144%; e o do T-bond de 30 anos recuava a 4,399%.

Logo após de Israel assumir a autoria do ataque de hoje, as bolsas de Nova York pioraram em bloco, com o Nasdaq caindo mais de 2% e o S&P 500 recuando 1%. No fechamento, o setor de defesa do S&P 500 performou acima da média, na esteira da possibilidade de

conflito armado na região. Com o passar do tempo, o temor inicial se dissipou, mas o clima permaneceu negativo para o mercado acionário, com investidores de olho nas ações da Microsoft, que publica balanço hoje mais tarde. Hoje, a plataforma Azure da companhia apresentou instabilidade globalmente e derrubou as ações da empresa em

0,89%. Segundo o analista de Mercados da Oanda, Zain Vawda, os olhos estarão voltados para os ganhos da Microsoft com inteligência artificial (IA), visto que ela é uma das

pioneiras do setor e costuma ditar as tendências na área. Além disso, as expectativas de gastos futuros com IA podem definir o nível da euforia dos investidores, diz Vawda. No

fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,5%, aos 40.743,33 pontos; o S&P 500 recuou 0,5%, aos 5.436,44 pontos; e o Nasdaq teve queda de 1,28%, aos 17.147,42 pontos.

Com as expectativas de que os conflitos no Oriente Médio não escalem, o mercado de commodities não reagiu aos desdobramentos. O petróleo chegou a reduzir perdas

momentaneamente, mas logo continuou sua trajetória descendente pelo terceiro pregão consecutivo, hoje com investidores já se posicionando para a divulgação do relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), esperando novas pistas sobre os planos do cartel para a produção global do óleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,42% (US$ 1,08), a US$ 74,73 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental

Exchange (ICE), fechou em queda de 1,24% (US$ 0,98), a US$ 78,07 o barril.

No câmbio, o iene se valorizou contra o dólar hoje, na véspera da decisão de juros do BoJ que, segundo analistas consultados pelo Broadcast, elevará as taxas de juros em 15 pontos-base. Nesta manhã, uma notícia de que os conselheiros pretendem estudar um possível aumento dos juros deu força para a moeda japonesa, que vem ganhando força contra o dólar desde a intervenção cambial em 11 de julho. Contra euro e libra, o dólar

avançou hoje, apoiado pelo diferencial de juros, conforme há possibilidades do Banco da Inglaterra (BoE) cortar as taxas no encontro de quinta-feira. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 153,26 ienes, o euro caía a US$ 1,0813 e a libra tinha baixa a US$ 1,2834. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,01%, a 104,554 pontos.

No cenário geopolítico global, a Casa Branca reforçou nesta tarde o pedido por dados detalhados da eleição na Venezuela, e o presidente dos EUA, Joe Biden, teve conversa com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, até então, não houve

divulgação de um comunicado oficial sobre o encontro. Novas sanções econômicas à Venezuela ainda não foram confirmadas pelos Estados Unidos.

BOLSA

Na véspera de deliberação sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa

emendou nova perda, desta vez de 0,64%, aos 126.139,21 pontos. O dia foi de recuo generalizado entre as ações de primeira linha, como as de commodities e do setor financeiro. O giro se manteve moderado na B3, a R$ 17,0 bilhões. Faltando a sessão de

amanhã para o fechamento de julho, o Ibovespa ainda acumula ganho de 1,80% no mês. Na semana, cede 1,06% e, no ano, recua 6,00%.

A terça-feira negativa para o petróleo e o minério resultou em queda para Vale (ON – 2,21%, quase na mínima da sessão no fechamento) e para Petrobras (ON -0,73%, PN – 0,62%), no dia seguinte à divulgação do relatório de produção e vendas da estatal

referente ao segundo trimestre. Entre os grandes bancos, a sessão também foi de perdas, à exceção de Santander (Unit +0,81%). Na ponta do Ibovespa, destaque para Usiminas

(+4,63%), Embraer (+4,26%), Marfrig (+2,95%) e JBS (+2,92%). No lado oposto, São

Martinho (-4,41%), Lojas Renner (-3,55%) e Cogna (-3,21%).

“O dólar fortalecido, ainda em região elevada, perto de R$ 5,62, é um movimento que

conversa com o que se vê lá fora, mas também com a questão fiscal doméstica. Na B3,

essa tendência do dólar favorece as ações de exportadoras, como se viu em parte hoje na Bolsa, em dia majoritariamente negativo para as componentes do Ibovespa – embora com ajustes em geral moderados”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da

Manchester Investimentos.

“O cenário-base ainda é de recuperação para o Ibovespa que, em dólar, continua bastante descontado. Mas há variáveis externas importantes para o médio prazo, como o sinal que o Federal Reserve poderá dar sobre os juros americanos, fundamental para saber se a tendência de retomada da Bolsa, vista a partir de meados de junho, será mantida ou se prevalecerá o ajuste mais recente, no sentido de cautela maior”,

acrescenta o operador, observando que a perspectiva externa é vital para que haja retomada de fluxo que ampare a progressão do Ibovespa.

“Há um receio natural em semana repleta de decisões de política monetária”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. Além de Brasil e Estados Unidos, a semana traz também deliberações sobre juros no Japão e no Reino Unido, que afetam moedas importantes, como o iene e a libra, respectivamente. “Aqui, o mercado tem trabalhado

com a ideia de Selic a 10,50% até o fim do ano, sem mudança na decisão desta semana.

E, nos Estados Unidos, a perspectiva para corte de juros está mantida para o mês de setembro”, acrescenta.

Levantamento realizado pelo BTG Pactual para medir o sentimento dos investidores avaliou que, de modo geral, o mercado concorda que o Ibovespa está barato, mas o apetite por risco permanece restrito, com a maioria dos entrevistados definindo seus níveis de sentimento como “neutros” (48%), reporta a jornalista Isabela Mendes, do

Broadcast. A pesquisa mostrou que 76% dos entrevistados estão com posições de caixa semelhantes ou superiores aos níveis históricos, o que, conforme o banco, indica

“posicionamento cauteloso”.

Nesse contexto, na mínima do dia, à tarde, então abaixo dos 126 mil pontos, o índice da B3 se alinhou à piora em Nova York. No noticiário do exterior, destaque para a

confirmação de bombardeio, feito por Israel, a um subúrbio de Beirute, capital do Líbano, em que procurou atingir o comandante do Hezbollah que seria o responsável por ataques do último fim de semana, segundo comunicado das forças armadas israelenses na rede X.

“No momento, não há alterações nas diretrizes defensivas. Se alguma alteração for feita, uma atualização será divulgada”, acrescenta a nota. No piso da tarde, o Ibovespa foi aos 125.972,91 pontos, com máxima na sessão a 126.950,76, correspondente ao nível de abertura. Uma autoridade sênior de Israel disse que não se quer guerra de larga escala

com o Líbano, em entrevista ao canal israelense N12 TV. “Terminamos a resposta. Não temos intenção de começar uma guerra”, disse.

O alvo da operação era Haj Mohsin, chefe de divisão do Hezbollah responsável pelo ataque do último sábado nas Colinas de Golã.

No noticiário doméstico, destaque à tarde para os mais recentes dados sobre geração de empregos. A abertura líquida de 201.705 vagas de trabalho com carteira assinada em

junho, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 87.708 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 33.142 vagas.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a geração de vagas registrada neste ano está dentro do padrão, apesar de ter avaliado que o desempenho poderia ser melhor se o Banco Central tivesse reduzido a taxa de juros de forma mais acelerada. Ele reiterou que o “centro da meta” é atingir o saldo de 2 milhões de vagas no acumulado do ano.

Para Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia amanhã a decisão sobre a Selic, deve manter o nível da taxa de juros até o término da gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no fim do ano.

“Os desafios do ambiente econômico são similares aos enfrentados na última ata do Copom”, aponta o economista, em nota. “No ambiente externo, vemos bancos centrais buscando a convergência das respectivas inflações às metas, dentro de um cenário ainda pressionado pelo mercado de trabalho e por dados de atividade econômica que precisam ser melhorados”, acrescenta.

No plano doméstico, “os dados recentes do IPCA não possuem força para indicar novas reduções da taxa até o final do ano”, aponta Simioni, observando também que o Copom tem destacado, nas atas, a importância de reancorar as expectativas de inflação, optando pela manutenção da taxa de juros em 10,50% pelo tempo que for necessário.

17:34

Índice Bovespa Pontos Var. % Último 126139.21 -0.6417

Máxima 126950.76 -0.00

Mínima 125972.91 -0.77

Volume (R$ Bilhões) 1.70B Volume (US$ Bilhões) 3.01B

17:38

Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. % Último 126845 -0.7434

Máxima 127675 -0.09

Mínima 126425 -1.07

JUROS

O mercado de juros passou por um processo de correção de baixa, devolvendo nesta

véspera da decisão do Copom parte dos prêmios considerados excessivos. Não se espera que o colegiado altere a Selic ou dê sinalização clara sobre os próximos passos, mas que alerte para a piora do balanço de riscos desde a reunião de junho. A queda nos

rendimentos dos Treasuries e nos preços do petróleo hoje também contribuiu para o alívio na curva. Até o fechamento da sessão, ainda não havia saído o detalhamento da

contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento.

Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,71%, de 10,735% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,73% para 11,66%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 11,92%, de 12,00% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2029 estava em 12,08%, de 12,18%.

Após pressão de alta na primeira hora de negócios, o sinal de baixa prevaleceu ao longo

da sessão, refletindo essencialmente fatores técnicos, na avaliação do estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno. “Temos uma repetição do que ocorreu entre o fim de junho e começo de julho, quando o DI para janeiro de 2027 bateu nos 12,00% e o dólar foi a R$ 5,70, níveis que puxaram um ajuste para baixo na sequência”, afirmou.

Não é coincidência o movimento, também autorizado pelo ambiente externo, ocorrer antes do Copom. “A precificação de Selic na curva está muito agressiva, com altas de 25 pontos para as demais reuniões este ano a partir de setembro”, informou Rostagno,

acrescentando que a curva projeta Selic de 11,28% no fim de 2024. Para o Copom de amanhã, os DIs apontavam 72% de chance de manutenção da Selic em 10,50%.

As elevações de Selic embutidas nos DIs já incorporam a previsão de uma comunicação “hawkish” do Copom, de vigilância em relação ao cenário de desancoragem das expectativas, deterioração do câmbio e do risco fiscal, mas não a ponto de começar a

sinalizar ao mercado que está preparando o terreno para um aperto. Tal indicação, dizem os profissionais, seria prematura na medida em que os próximos meses reservam eventos que podem alterar o cenário, como a possível redução de juros nos EUA, eleição

americana e o quarto relatório bimestral de receitas e despesas.

Na avaliação da Guide Investimentos, o Copom deve reconhecer a assimetria para cima no balanço de riscos, com o câmbio em patamar mais elevado, manutenção de impulso fiscal em 2025 e possível vitória de Donald Trump (que pode consolidar apostas em um juro longo mais alto por mais tempo nos Estados Unidos), que, caso se sustente, pode pedir um juro ainda mais contracionista no próximo ano.

“O Copom deve sustentar a mensagem de ‘pulso firme’ na condução da política

monetária, principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio. Ainda assim, não enxergamos a necessidade subir o juro nas próximas decisões”, afirmam em relatório os economistas Victor Beyruti e Yuri Alves, para quem, no atual

cenário, a Selic a 10,50% já é contracionista o suficiente para que a inflação convirja para a meta.

Para o UBS BB, a barra para o Copom validar os 100 pontos-base de alta da Selic

precificados na curva é elevada, a menos que a perspectiva fiscal se deteriore de forma aguda nos próximos meses, o que não é o cenário do banco. Modelos da instituição apontam que o DI para janeiro de 2026 tem bom potencial de performance em vários

cenários, com impacto de queda pode chegar a 175 pontos-base caso a Selic seja reduzida a até 8,5% no fim de 2025, que é o cenário base do UBS BB.

À tarde, os dados fortes do Caged tiveram efeito pontual sobre a curva. As taxas chegaram a reduzir o ritmo de baixa após o Ministério do Trabalho informar um saldo positivo líquido de 201.705 vagas em junho, bem acima da mediana das estimativas, de 165 mil. “O

retrato de um mercado de trabalho apertado segue nas preocupações do BC com a

inflação de serviços, notadamente dos intensivos em trabalho, tema que os diretores seguem olhando de perto”, afirma o economista João Savignon, da Kínitro Capital.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries cederam também na véspera da decisão do Federal Reserve, para a qual se espera uma indicação sobre o início do ciclo de corte de juros na reunião de setembro. Além disso, houve aversão ao risco após bombardeios em Beirute, capital do Líbano, por parte de Israel. O ataque, porém, não teve efeito nos

preços do petróleo, que caíram pelo terceiro dia, diante das preocupações com a demanda.

Além do Caged, a agenda no dia reserva os detalhes sobre a distribuição do

congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento. O decreto vai apresentar a divisão do bloqueio e do contingenciamento por órgão. Cada um deles terá até 6 de agosto para indicar o que será afetado nas suas programações

CÂMBIO

Após uma tarde marcada por troca de sinais e oscilações ao redor da estabilidade, o dólar à vista se firmou em leve baixa na reta final dos negócios e encerrou a sessão desta terça- feira, 30, em queda de 0,15%, a R$ 5,6173, perto da mínima (R$ 5,6122). Operadores afirmam que o clima de cautela na véspera de decisão de política monetária nos EUA,

Japão e Brasil manteve investidores na defensiva, sem apetite por apostas mais contundentes.

Pela manhã, o dólar ensaiou um movimento de alta, subindo até R$ 5,6633 na máxima, refletindo a queda das commodities, como do minério de ferro e petróleo, e uma

retomada de posições cambiais defensivas. Era esperado que o real devolvesse na primeira etapa de negócios parte dos ganhos obtidos ontem, quando se apreciou na contramão da tendência de queda das divisas emergentes.

A formação da taxa de câmbio também esteve muito sujeita a questões técnicas típicas de fim de mês, como a rolagem de posições no segmento futuro e a preparação para a disputa amanhã pela formação da última taxa ptax de julho. Investidores estrangeiros ainda carregam estoque superior a US$ 70 bilhões em posições compradas em

derivativos cambiais (dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swap).

“O mercado está completamente sem convicção, na espera dos sinais do Federal Reserve de que a queda de juros está próxima”, afirma o diretor de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão. “Na teoria, a perspectiva de corte nos Estados Unidos beneficiaria o real, mas infelizmente a nossa questão fiscal ainda pesa sobre o câmbio.”

Espera-se que o governo publique ainda hoje decreto com detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões em gastos no orçamento deste ano. Segundo fontes ouvidas pelo

Broadcast, a ala política do Planalto ainda tenta preservar ao máximo as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A avaliação da maioria dos economistas é a de que, para cumprir a meta fiscal deste ano, o governo terá que anunciar novos

congelamentos nos próximos meses.

“A percepção é cada vez maior de que o governo tem dificuldade com o fiscal, o que obrigou o presidente vir a público tentar passar credibilidade ao mercado”, afirma o

economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, em referência ao pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cadeia nacional no último domingo. “Com o fiscal se deteriorando e o cenário de baixa de commodities, parece não ter espaço para uma queda mais forte do dólar”.

No exterior, o índice DXY – que mede o comportamento do dólar em relação a uma sexta de seis divisas fortes – operou ao redor da estabilidade à tarde, pouco acima dos 104,500 pontos. Não houve impacto relevante nas moedas globais do ataque de Israel a Beirute, capital do Líbano, visando alvos do Hezbollah.

A moeda americana teve leve ganho em relação ao euro e baixa moderada na

comparação com o iene. A divisa japonesa se fortalece na expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) anuncie no início da madrugada desta quarta-feira, 31, uma elevação dos

juros, após intervenções no mercado cambial ao longo do mês.

É dado como certo que o Federal Reserve vai anunciar amanhã manutenção da taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%, mas há expectativa de sinais de corte nos próximos meses, provavelmente em setembro, no comunicado da decisão e na entrevista coletiva do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell.

Em live organizada pela Warren Investimentos, o sócio-fundador e portfolio manager da Novus Capital, Eduardo Portella, afirmou que, se o Fed não reduzir os juros em setembro, o Brasil entrará em uma “espiral negativa” e verá o “o câmbio brigando lá nos R$ 6,00”.

Na mesma linha, o sócio e economista-chefe da Ǫuantitas, Ivo Chermont, avalia que uma postergação do início do alívio monetário vai aumentar o grau de incerteza no mercado local. “Se o Fed atrasar corte de setembro, acho que as cosias ficam muito difíceis. É

inevitável até pela influência que vai ter no câmbio”, disse Chermont.

Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncie manutenção da taxa básica em 10,50%, em um comunicado com tom duro, dada a deterioração recente das expectativas de inflação, a valorização do dólar e o crescente ceticismo com o cumprimento das metas fiscais.

17:38

Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima Dólar Comercial (AE) 5.61730 -0.1458 5.66330 5.61220

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5621.000 0.0623 5664.000 5610.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5639.000 0.0710 5682.000 5631.000

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DÓLAR CONTRARIA EXTERIOR E CAI ANTE REAL, COM MOVIMENTOTÉCNICO E FLUXO AO BRASIL https://www.brokerbrasilcambio.com.br/dolar-contraria-exterior-e-cai-ante-real-com-movimentotecnico-e-fluxo-ao-brasil/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/dolar-contraria-exterior-e-cai-ante-real-com-movimentotecnico-e-fluxo-ao-brasil/#respond Tue, 30 Jul 2024 13:00:14 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012172 Na contramão da valorização externa, do dia ruim para commodities e do comportamento dos demais ativos domésticos, o dólar caiu ante o real nesta segunda-feira. Dois motivos foram mencionados nas mesas de operação para esse movimento. O primeiro é uma antecipação do ajuste de posições típicas de fim de mês. O segundo é o relato de entrada de fluxo de exportadores, depois de a divisa americana bater no nível de R$ 5,65, atrativo para a internalização de recursos. O dólar à vista fechou o dia em R$ 5,6255, baixa de 0,57%. No Ibovespa, o índice foi penalizado principalmente pela queda da Petrobras (ON -2,52% e PN -2,02%), sob temor de a política de dividendos ser prejudicada por investimentos na Namíbia, uma das novas fronteiras de exploração de petróleo. O indicador acionário encerrou a sessão em 126.953,86 pontos (-0,42%). Os juros futuros fecharam o dia em alta, diante das preocupações com o cenário fiscal e com a desancoragem das expectativas de inflação – foco da atenção do investidor na decisão do Copom de quarta-feira. No exterior, a valorização do dólar ocorreu na contramão da baixa dos rendimentos dos Treasuries. A ampliação da queda dos retornos à tarde veio na esteira do anúncio do Tesouro dos Estados Unidos de tomar menos empréstimos do que o esperado no terceiro trimestre.

Câmbio

O dólar aprofundou o ritmo de queda ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 29, em terreno negativo no mercado doméstico, abaixo da linha de R$ 5,65, na contramão da onda de fortalecimento da moeda americana no exterior em semana marcada por reunião de política monetária do Banco Central brasileiro, do Federal Reserve e do Banco do Japão.

Operadores ouvidos pelo Broadcast atribuíram a recuperação do real a questões técnicas e a eventual entrada de fluxo de exportadores. Investidores já estariam antecipando ajuste de posições típicas de fim de mês. Além disso, como a moeda brasileira apresenta a maior queda no ano entre as principais divisas globais e foi uma das que mais sofreu com o rali recente do iene, havia espaço para uma recuperação, com provável realização de lucros.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que, com o dólar já perto de R$ 5,65, não compensa a investidores estrangeiros sustentarem níveis tão elevados de posições “compradas” (que apostam na valorização da moeda americana). “Os estrangeiros estão já se antecipando ao fim do mês e zerando posições, já que não compensa promover a rolagem na virada do mês, e isso acaba ajudando a derrubar o dólar mesmo com a cautela lá fora”, afirma.

Com mínima a R$ 5,6240 à tarde, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,6255, em baixa de 0,57%, o que reduziu os ganhos em julho a 0,67%. No ano, a moeda americana acumula valorização de 15,91% em relação ao real.

“O dia é para ser ruim para o real, com commodities em baixa e outras divisas emergentes se desvalorizando. Provavelmente, tivemos fluxo de exportadores e também já um movimento tendo em vista a ptax”, afirma o operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora, em referência a preparações para a disputa pela formação da última taxa ptax de julho na quarta-feira, 31.

Pela manhã, investidores assimilaram também as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem à noite em cadeia nacional, de que não abrirá “mão da responsabilidade fiscal”. Amanhã, sai o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano – bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões.

Hoje, o Banco Central informou que o setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 40,873 bilhões em junho – um pouco acima da mediana de Projeções Broadcast (-R$ 39,4 bilhões).

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em alta ao longo do dia e voltou a superar os 104,500 pontos. Na outra ponta da gangorra, as commodities recuaram, com as cotações do petróleo em baixa de mais de 1,5%.

Investidores tendem a adotar uma postura mais cautelosa à espera da decisão de política monetária do Fed na quarta-feira, 31. É dada como certa a manutenção da taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%, mas há expectativa de sinais de corte nos próximos meses, provavelmente em setembro, no comunicado da decisão e na entrevista coletiva do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell.

Espera-se também mudanças de comunicação na reunião do Banco do Japão (BoJ) na passagem da madrugada de terça-feira para quarta, com sinalização de alguma elevação de juros à frente ou até mesmo um aumento da faixa da taxa básica – o que pode levar a uma valorização adicional do iene em relação ao dólar e, por tabela, prejudicar divisas emergentes.

Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncie manutenção da taxa básica em 10,50%, em um comunicado com tom duro, dada a deterioração recente das expectativas de inflação. No Boletim Focus divulgado hoje, aumentaram a mediana das projeções para o IPCA deste ano (de 4,05% para 4,10%) e do próximo (de 3,90% para 3,96%).

Em tese, a combinação de provável manutenção de Selic no nível atual por período prolongado com eventual corte de juros nos EUA tende a favorecer o real, ao aumentar a atratividade das operações de carry trade. Analistas alertam, porém, que o ceticismo com o cumprimento das metas fiscais e o mau humor recente com divisas emergentes inibem apostas na moeda brasileira.

Dólar (spot e futuro)

ÚltimoVar. %MáximaMínima
Dólar Comercial (AE)5.62550-0.57275.66870
Dólar Comercial (BM&F)5.58660
Dólar Comercial Futuro5623.500-0.79395671.000
Dólar Comercial Futuro5639.500-0.81785688.000

Bolsa

Após a alta de 1,22% na sexta-feira, que havia interrompido série de três perdas diárias, o Ibovespa retoma trajetória negativa neste começo de semana, abaixo dos 127 mil pontos – mas cerca de mil pontos acima do encerramento da última quinta, quando foi ao menor nível desde 3 de julho. Hoje, fechou em baixa de 0,42%, aos 126.953,86 pontos, entre mínima de 126.605,66 e máxima de 127.657,17, com giro a R$ 17,6 bilhões na sessão. No mês, que termina na quarta-feira, o índice avança 2,46% – no ano, cede 5,39%.

O desempenho desta segunda-feira foi condicionado em especial por Petrobras (ON -2,52%, PN -2,02%), antes do relatório de produção da estatal. Ao fim, o dia foi levemente positivo para Vale (ON +0,18%) e também para os grandes bancos, com destaque para Itaú (PN +0,73%) e Santander (Unit +1,13%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Klabin (+3,21%) e 3R Petroleum (+2,80%), apesar do ajuste negativo do petróleo, ambas à frente de Suzano (+1,91%) no fechamento. No lado oposto, Magazine Luiza (-5,80%), Usiminas (-4,42%), Vamos (-4,36%) e Petz (-4,31%).

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda forte, entre 1,53% (Brent) e 1,75% (WTI), em meio à incerteza sobre a demanda da China e diante da valorização do dólar no exterior, nesta segunda-feira. “A desvalorização do petróleo exerceu pressão sobre as ações e, além disso, a Petrobras anunciou, na última sexta-feira, plano para adquirir 40% da participação da Galp no campo de Mopane, na Namíbia”, aponta Frederico Nobre, head de análises da Warren Investimentos, referindo-se a uma aquisição avaliada em cerca de US$ 4 bilhões.

“Embora a Petrobras precise aumentar suas reservas de petróleo, a empresa tem um histórico fraco de operações fora do Brasil, o que gera um certo ceticismo entre os investidores”, acrescenta. Tal aquisição, juntamente com a recompra de refinarias que haviam sido vendidas anteriormente, pode reduzir a “margem de segurança” nas projeções de dividendos da

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CHANCE DE FED CORTAR 0,75PP EM 2024 CONDUZ NY A RALI E BOLSA À10ª ALTA SEGUIDA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/chance-de-fed-cortar-075pp-em-2024-conduz-ny-a-rali-e-bolsa-a10a-alta-seguida/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/chance-de-fed-cortar-075pp-em-2024-conduz-ny-a-rali-e-bolsa-a10a-alta-seguida/#respond Mon, 15 Jul 2024 13:10:01 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012161 Mesmo com números mais fortes do que o previsto na inflação ao produtor dos Estados Unidos (PPI), o mercado seguiu se concentrando na inesperada deflação da inflação ao consumidor (CPI) divulgada ontem e, assim, aumentou a visão de que o Federal Reserve cortará 0,75 ponto porcentual da taxa de juros neste ano. Ao fim da tarde, essa chance aparecia como a maioria das apostas (51%). Nesse embalo, as bolsas de Nova York tiveram um rali – suavizado, a bem da verdade, no fechamento. De todo modo, os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam muito perto das máximas históricas. O Ibovespa aproveitou o embalo e marcou a décima alta seguida, encerrando o dia em 128.896,98 pontos (+0,47% na sessão e 2,08% na semana). É a maior sequência de ganhos desde a virada de 2017 para 2018. Nem mesmo ruídos políticos, como o impasse entre Fazenda e Senado sobre o Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e falas duras do ministro Fernando Haddad contra a “elite” do País, desanimaram os operadores da Bolsa. Essa resistência das ações ajudou o câmbio a virar à tarde, em sintonia também com a baixa do dólar ante outras divisas latino-americanas. A moeda americana terminou o dia em R$ 5,4311, queda diária de 0,21% e semanal de 0,57%. Nos juros, a curva perdeu inclinação na semana, mas o dia foi de alta, com questões fiscais no radar e mais um dado forte de atividade – hoje, o volume de serviços.

MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O índice Dow Jones voltou a renovar máximas intraday históricas pela primeira vez desde maio, impulsionado pela recuperação do setor de tecnologia e pelo desempenho das small caps, que sobem desde a leitura da inflação ao consumidor (CPI) americana em junho, divulgada ontem. S&P 500 e Nasdaq acompanharam os ganhos, embora os papéis do Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo tenham após darem início à temporada de balanços de gigantes bancários no segundo trimestre. Hoje, investidores consolidaram apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, e as expectativas por reduções de 75 pontos-base ganharam força após a leitura da inflação ao produtor (PPI) dos EUA. Com isso, os retornos das T-notes de 2 e 10 anos atingiram mínimas desde o início de março, e o dólar continuou sua desvalorização contra moedas desenvolvidas, com a libra atingindo o maior valor contra a moeda americana em um ano. No petróleo, os preços recuaram levemente hoje, enquanto o mercado assumia posições para o plenário da China que acontece na semana que vem.

No primeiro dia de publicação de balanços do segundo trimestre de grandes bancos americanos, os resultados desagradaram o mercado, com as ações dos três grandes bancos Wells Fargo, JPMorgan e Citigroup recuando no fechamento. Para a analista do City Index Fiona Cincotta, a régua está um pouco mais elevada para os resultados trimestrais dos três meses encerrados em junho. “As expectativas são de que os lucros do S&P 500 cresçam 10,1% no segundo trimestre em comparação com o ano anterior”, avalia ela, ao pontuar, porém, que o setor financeiro deve registrar ganhos um pouco abaixo da média, em torno de 6,5%.

Apesar dos balanços aquém da expectativa hoje, os índices acionários subiram, com Dow Jones voltando a ficar acima dos 40 mil pontos pela primeira vez desde maio. Hoje, as small caps – que vinham performando abaixo da média neste ano – estenderam a alta de ontem, mas as ações de tecnologia se recuperaram da queda e voltaram a subir. As techs fecharam com ganhos de mais de 1% no S&P 500. No fechamento, o índice Dow Jones teve alta de 0,62%, aos 40.000,90 pontos; o S&P 500 subiu 0,55%, aos 5.615,35 pontos; e o Nasdaq teve alta de 0,63%, aos 18.398,45 pontos.

Com as apostas por cortes de 75 pontos-base pelo Fed passando de 50% no monitoramento do CME Group, os dados da inflação ao consumidor e ao produtor americano em junho consolidaram as expectativas por reduções de corte de juros neste ano. A Capital Economics pontua que a leitura do PPI de hoje foi “melhor do que o esperado” e mantém na mesa, inclusive, um primeiro corte de juros já na reunião de julho. Após os dados de hoje, os retornos dos Treasuries computaram perdas, com o juro da T-note de 2 e de 10 anos atingindo o valor mais baixo desde o começo de março. Por volta das 17h00 (de Brasília), a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,450%, a da T-note de 10 anos recuava a 4,178%, e a do T-bond de 30 anos caía a 4,391%.

No câmbio, o dólar estendeu as perdas de ontem e recuou contra divisas desenvolvidas. No Reino Unido, as expectativas de que a força da economia britânica permita que o Banco da Inglaterra (BoE) proceda em seu relaxamento monetário com mais cautela deram forças à libra, que atingiu o valor mais alto contra o dólar em um ano. Já contra o iene, a Oanda afirma em relatório que uma intervenção cambial pelo governo japonês não é descartada, mas que é difícil mensurar se houve interferência no curto prazo. Hoje, a moeda japonesa continuou se fortalecendo contra o dólar após atingir mínimas desde a década de 80. Há rumores de que uma nova intervenção pode ter acontecido hoje, mas autoridades legais não confirmam, nem negam. Perto do fechamento de Nova York, o índice DXY, que mede a força do dólar teve queda de 0,32%, aos 104,093 pontos. O dólar recuou a 157,83 ienes; o euro subiu a US$ 1,0910; e a libra teve ganhos a US$ 1,2985.

Entre commodities, o petróleo recuou levemente hoje e acumulou perdas semanais, enquanto investidores se posicionam para o Terceiro Plenário do Partido Comunista Chinês, que acontece na próxima semana e quando são esperados uma série de anúncios de incentivos à demanda e à produção. A Pantheon afirma que, durante o evento, o governo chinês deve reforçar a emissão de títulos para fomentar a economia a crescer “perto de 5% ao ano”, tal qual a meta definida pelo país no início do ano. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto encerrou a sessão em baixa de 0,50% (ou US$ 0,41), a US$ 82,21 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro perdeu 0,43% (ou US$ 0,37), a US$ 85,03. Os contratos tiveram quedas semanais de 1,14% e 1,74%, respectivamente.

BOLSA

Em paralelo à acentuação de ganhos nos índices de ações em Nova York no meio da tarde, e acompanhando a virada do dólar frente ao real (em baixa de 0,21%, a R$ 5,4311 no fechamento), o Ibovespa flertou com os 129 mil pontos na máxima do dia, encerrando aos 128.896,98 pontos, em alta de 0,47% na sessão. Foi o quarto avanço semanal consecutivo para o índice da B3, que sobe agora 4,03% no mês, cedendo ainda 3,94% no ano. O giro desta sexta-feira ficou em R$ 17,6 bilhões na B3.

Nessas duas primeiras semanas de julho, o Ibovespa subiu em todas as sessões: uma sequência de 10 altas, a mais longa desde a série de 11 entre 20 de dezembro de 2017 e 8 de janeiro de 2018, quando o dólar estava em R$ 3,23 e o Ibovespa chegava então aos 79.378,53 pontos. Na semana que chega ao fim nesta sexta-feira, o índice avançou 2,08%, ganho semelhante ao do primeiro intervalo de julho (+1,91%).

Na máxima desta sexta-feira, o Ibovespa foi aos 129.014,75, saindo de abertura a 128.293,46 pontos, com mínima aos 128.002,39 na sessão. O nível de fechamento foi o mais alto desde 8 de maio, então perto dos 129,5 mil pontos – no intradia, o nível de 129 mil não era visto desde 10 de maio.

Em relação à mínima de fechamento do ano, tocada em 17 de junho, aos 119.137,86, a retomada se aproxima de 9,8 mil pontos, ou 8,19% em relação ao ponto em que estava naquela data. Ante a máxima histórica de fechamento, em 27 de dezembro passado, então aos 134.193,72, o Ibovespa permanece a uma distância correspondente, na prática, à variação de

uma semana: hoje, a diferença entre os dois níveis é de 4,1% e, na abertura da semana, de 6,1% para a marca do fim do ano passado.

O quadro político, notadamente o impasse entre Executivo e Legislativo sobre a CSLL de instituições financeiras, continua a chamar atenção do mercado, especialmente após o ministro Fernando Haddad se queixar do tratamento de que tem sido alvo no Senado. “Chega a ser inusitado ver parlamentares da base ameaçando o próprio governo, pedindo mais espaço. Este é um governo que distribuiu os cargos do jeito que vocês nunca viram na vida. Nunca vi uma distribuição de cargos tão farta como a que foi feita, e não vejo disposição para ajudar”, disse o ministro.

“A questão da CSLL está atrapalhando bastante a curva de juros, que reagiu mal na quarta-feira ao problema, na mesma proporção de quanto a inflação ao consumidor nos EUA foi recebida bem pelo mercado. Ontem, a curva voltou a subir, mas o ajuste de hoje ficou apenas nas taxas mais curtas, sem atrapalhar a Bolsa”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “A grande expectativa da semana estava nos índices de inflação nos Estados Unidos, tanto CPI quanto PPI, que vieram melhores do que o esperado. Com isso, o mercado voltou a ver a possibilidade de um corte de 75 pontos-base nos juros ainda este ano”, observa ela.

Em sentido contrário, a curva de juros apresentou forte ajuste em baixa para os vértices longos, com a taxa do DI para janeiro de 2030 passando de 10,98% no ajuste de ontem a 10,90% na sexta-feira. A questão fiscal, após as novas desonerações concedidas pelo governo sobre a gasolina, foi tema de cautela entre investidores ao longo da semana, ainda que dados fortes de atividade no Brasil, como as vendas no varejo e, hoje, o volume de serviços, tenham fortalecido expectativas positivas sobre o quadro econômico.

No lado corporativo, os destaques do dia foram as ações da Magazine Luiza, subindo 2,83% (ON), enquanto MRV subiu 3,75%. Na ponta contrária, a Via Varejo caiu 2,51%, enquanto as ações da Marfrig perderam 2,04%.


Qual cenário você prefere?

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IBOVESPA TEM ALÍVIO COM TREASURIES, MAS REAL SENTE PESO DEAJUSTE TÉCNICO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ibovespa-tem-alivio-com-treasuries-mas-real-sente-peso-deajuste-tecnico/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ibovespa-tem-alivio-com-treasuries-mas-real-sente-peso-deajuste-tecnico/#respond Fri, 12 Jul 2024 14:27:41 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012139 O recuo dos juros das T-notes de 2 e 10 anos ao menor nível desde março foi o pano de fundo da nona alta seguida do Ibovespa. A queda do CPI dos EUA alimentou apostas de que as taxas dos Fed Funds podem cair até três vezes este ano, o que puxou a curva americana e ajudou ativos de risco pelo mundo. Aqui, o índice acionário subiu aos 128.293,61 pontos (+0,85%). Lá fora, contudo, a pressão do setor de tecnologia pesou no S&P 500 (-0,88%) e, principalmente, no Nasdaq (-1,95%), movimento reforçado pelo tombo da Tesla (-8,44%) e relatos de adiamento do lançamento do Robotaxi. Lá fora, o dólar recuou ante as moedas fortes, com destaque para a forte valorização do iene, que levantou rumores de uma possível intervenção cambial do Banco do Japão. O sinal local foi distinto. O dólar à vista subiu aos R$ 5,4426 (+0,55%), em um movimento técnico, especialmente no mercado futuro. O rali do iene também interferiu neste processo, pelo encarecimento de posições de carry trade. Por fim, os juros absorveram apenas parcialmente o sinal das taxas externas, com o câmbio em alta e o varejo forte como contraponto.

BOLSA O Ibovespa segue invicto desde o começo de julho, chegando ao nono ganho consecutivo, o que iguala em extensão a sequência entre 14 e 26 de fevereiro de 2018. Mesmo na contracorrente do dólar nesta quinta-feira – em avanço de 0,55%, a R$ 5,4426 -, o índice registrou também a maior alta da série iniciada em 1º de julho. Hoje, subiu 0,85%, a 128.293,61 pontos, entre mínima de 127.220,95, da abertura, e máxima de 128.326,23, do fim da tarde. O giro foi de R$ 19,8 bilhões.

Na semana, o índice avança 1,60%, limitando a perda no ano a 4,39%. Desde 1º de julho, a recuperação se aproxima de 4,4 mil pontos, ou 3,54%, em relação ao fechamento de junho. Nesta quinta-feira, Vale seguiu em baixa (ON -0,26%), mas o dia foi de retomada para outros nomes do setor metálico, como Gerdau (PN +1,34%) e CSN (ON +1,63%). Petrobras fechou em alta de 0,83% (ON) e de 0,68% (PN), em sessão ao fim majoritariamente positiva para os grandes bancos, à exceção de BB (ON -0,49%) e de Bradesco PN, sem variação no fechamento. No lado oposto, destaque para o avanço de 3,25% em Santander Unit, na máxima do dia no encerramento.

Na ponta ganhadora, TIM (+4,10%), Rumo (+3,40%) e Braskem (+3,27%). Na fila contrária, Transmissão Paulista (-1,53%), Alpargatas (-1,48%) e Hypera (-1,44%). Mesmo na contramão do câmbio, o Ibovespa foi embalado desde a manhã pela leitura abaixo do esperado para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em junho, o que determinou o sinal positivo do índice da B3 desde a abertura, agora aos 128 mil e no maior nível de fechamento desde 14 de maio, então aos 128.515,49.

Para John Kerschner, gerente de portfólio na Janus Henderson, “considerando que faltam menos de três semanas para a próxima reunião do Federal Reserve, o mercado está atualmente precificando que o Fed pulará essa reunião e fará seu primeiro corte [de juros] em setembro”. “A chance de corte [em setembro] está mais próxima de 100%, de acordo com o mercado. Talvez mais importante, o mercado agora está esperando três cortes até o fim de janeiro de 2025”, acrescenta o gestor, em nota.

Ele observa também que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse recentemente que os riscos para a inflação estão mais “equilibrados”, e que os dados do CPI divulgados hoje – com retração na margem de 0,1% em junho, e alta de apenas 0,1% no núcleo de preços na mesma base de comparação, ambos abaixo do consenso – reforçam essa visão. “Talvez agora inclinem a balança para preocupações com uma desaceleração mais acentuada na economia dos EUA.”

“O dado do CPI [inflação ao consumidor] veio em linha com a tese de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, algo bom para ativos de risco – mas essa percepção já vinha sendo precificada nos ativos”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando que a curva de juros nos Estados Unidos continua a devolver prêmio, o que se reflete também no índice DXY, que contrapõe o dólar a uma cesta de moedas de referência, entre as quais euro, iene e libra.

“A bolsa de Nova York se acomodou um pouco hoje [S&P 500 -0,88%, Nasdaq -1,95%], vindo ontem de máximas históricas [tanto no S&P 500 como no Nasdaq], em ajuste natural na sessão. Aqui, o Ibovespa recuperou os 128 mil pontos, que haviam sido perdidos já há algum tempo, tendo os ativos brasileiros sido muito afetados desde o começo do ano [com a redução da expectativa que se tinha no fim de 2023 com relação ao número de cortes de juros pelo Fed em 2024]”, acrescenta o analista.

No cenário doméstico, apesar de progressos como o avanço da regulamentação da reforma tributária na Câmara, a “equipe econômica ainda tem um milhão de batalhas pela frente”, ressalva Spiess, em referência à relativa melhora da percepção de risco doméstico desde o começo do mês. “O mercado vem em recuperação expressiva nas duas últimas semanas, e o filme segue o script esperado, com a afirmação do compromisso do governo com o corte de gastos e o arcabouço fiscal. Estudos estão em andamento na Fazenda para corte de despesas, o que acalma o mercado e se reflete na precificação das ações, em retomada”, diz Felipe Moura, analista da Finacap. “Se houver continuidade na agenda macro, com os cortes saindo do papel, a tendência é de que esse movimento de recuperação dos preços dos ativos se mantenha”, acrescenta.

Além da aprovação, ontem à noite, do primeiro texto da regulamentação da reforma tributária pela Câmara, que contribui para a recuperação do humor, dados do IBGE trouxeram hoje crescimento de 1,2% nas vendas do varejo, acima do esperado para maio ante abril, destaca Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital. A leitura deu impulso, na sessão, às ações de empresas do setor de varejo, “ativos que são também muito sensíveis ao cenário de juros”, acrescenta o especialista. Assim, o índice de consumo (ICON) fechou o dia em alta de 1,40%, andando à frente do de materiais básicos (IMAT +0,86%), mais correlacionado a preços e demanda externa.

17:34 Índice Bovespa Pontos Var. % Último 128293.61 0.8453 Máxima 128326.23 +0.87 Mínima 127220.95 0.00 Volume (R$ Bilhões) 1.97B Volume (US$ Bilhões) 3.65B

17:42 Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. % Último 129365 0.9324 Máxima 129510 +1.05 Mínima 128355 +0.14

MERCADOS INTERNACIONAIS Os retornos das T-notes de 2 e 10 anos caíram ao nível mais baixo desde março na sessão de hoje, impactados pela queda na inflação ao consumidor (CPI) americana em junho, que também pesou sobre o dólar contra moedas desenvolvidas, com destaque para a forte valorização do iene, que levantou rumores de uma possível intervenção cambial japonesa. A queda do dólar também contribuiu para os ganhos do petróleo, que estendeu a alta do pregão de ontem. No mercado acionário, o S&P 500 e o Nasdaq ampliaram as perdas de mais cedo, com a Tesla tombando mais de 8%, na esteira de relatos de adiamento do lançamento do Robotaxi. No S&P 500, o setor de tecnologia amargou mais de 2% de perdas, com investidores deixando as gigantes de tecnologia, como Nvidia, Microsoft e Tesla, e optando por companhias de capitalização menor.

A queda no CPI dos EUA em junho intensificou as apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2024, segundo a ferramenta do CME Group, que agora precifica mais de 90% de chance para a flexibilização monetária começar no encontro de setembro. No agregado do ano, as expectativas por uma única redução neste ano caíram drasticamente: ontem, a probabilidade era de 22,9%; e hoje está em 8,5%. Enquanto isso, houve aumento das apostas por cortes de 50 e 75 pontos-base, e agora

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ALÍVIO SOBRE JUROS LEVA NY A NOVOS RECORDES E RETÉM 127 MILPONTOS DO IBOVESPA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/alivio-sobre-juros-leva-ny-a-novos-recordes-e-retem-127-milpontos-do-ibovespa/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/alivio-sobre-juros-leva-ny-a-novos-recordes-e-retem-127-milpontos-do-ibovespa/#respond Thu, 11 Jul 2024 13:44:08 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012106 Os índices S&P 500 e Nasdaq voltaram a bater recordes históricos em Nova York enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar recuaram com esperanças renovadas de redução dos juros nos Estados Unidos. O sentimento decorreu da repetição da mensagem do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em véspera de divulgação da inflação ao consumidor. Segundo ele, o BC americano não precisa esperar a inflação chegar à meta de 2% ao ano para cortar os juros, embora o afrouxamento monetário esteja condicionado a próximos indicadores econômicos e maior confiança na continuidade do processo de desinflação.

Já no mercado doméstico, o alívio foi dado pelo bom comportamento do IPCA em junho. O indicador eliminou apostas em alta da Selic embutidas na curva a termo na próxima reunião do Copom. Assim, diante da visão de que não deve haver aperto monetário por aqui no curto prazo nem postergação da queda esperada nos EUA, os DIs fecharam em baixa, de até 20 pontos-base nos vencimentos longos. O Ibovespa fechou em leve alta (+0,09%, aos 127.218,24), mas estendeu a série positiva pela oitava sessão, e o dólar, que chegou a furar os R$ 5,40, reduziu a queda com ajustes técnicos e marcou -0,04%, R$ 5,4126 ao final da sessão.

MERCADOS INTERNACIONAIS

A segunda aparição do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos EUA esta semana trouxe poucas novidades que pudessem alterar a expectativa do mercado por cortes de juros a partir de setembro. Mais uma vez, Powell evitou fixar um cronograma específico, mas reconheceu o alívio na inflação americana e deu maior ênfase aos riscos no emprego. Sem uma guinada expressiva no tom, os rendimentos longos dos Treasuries e o dólar recuaram no exterior, embora sem muita convicção na véspera da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Mas houve espaço para movimentações mais firmes nas bolsas de Nova York, onde os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes de fechamento, com o S&P acima da marca de 5.600 pontos pela primeira vez na história. O petróleo também se fortaleceu, apoiado pela queda nos estoques americanos.

Um dia após participar de audiência no Senado, Powell foi à Câmara dos EUA para replicar a mensagem que já havia apresentado na véspera. O foco, inclusive, se dividiu entre política monetária e perspectivas para regulação bancária. Neste último tópico, Powell reiterou que o banco central americano deve apresentar proposta revisada do pacote regulatório no âmbito das reformas de Basileia III. O setor bancário vinha pressionando por mudanças nos planos desenhados pelo vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr. No fronte da política de juros, Powell voltou a dizer que não pretende enviar um sinal explícito sobre quando o processo de relaxamento monetário começará. Preferiu, em vez disso, atestar “alguma confiança” de que a inflação está caindo, ainda que não de maneira suficiente para justificar cortes na taxa básica.

O Citi avalia que Powell quis manter flexibilidade na condução da política monetária. No entanto, o banco acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) está mais perto de apoiar uma guinada para uma postura mais frouxa. O Citi prevê que os dados subsequentes devem confirmar a desaceleração da inflação e um menor aperto do mercado de trabalho. “Não só Powell, mas também o comitê mais amplo, provavelmente verá isto como uma prova de que os juros devem começar a cair a configurações mais ‘neutras'”, diz. Sob essa perspectiva, o mercado acionário em Wall Street firmou ganhos robustos, com investidores se posicionando também em compasso de espera pelo CPI dos EUA. No fechamento, o Dow Jones subia 1,09%, o S&P 500 avançava 1,02% – superando a marca de 5.600 pontos pela primeira vez na história – e o Nasdaq ganhava 1,18%. Esse ambiente permitiu que S&P 500 e Nasdaq renovassem recordes históricos de máxima e fechamento, impulsionados pelo desempenho de empresas de tecnologia e fabricantes de semicondutores. Entre as ações de destaque, Micron ganhava 4,00%, Nvidia subia 2,69%, Microsoft avançava 1,46% e a Apple tinha alta de 1,88%.

No câmbio, o dólar foi enfraquecido pela perspectiva de diferencial de juros. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,08%, a 105,048 pontos, enquanto o euro subia a US$ 1,0831 e o dólar avançava 161,75 ienes. Particularmente, a libra teve ampla valorização e subia a US$ 1,2845, no horário citado. Dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann afirmou hoje que a inflação continua elevada no Reino Unido e projeta que os preços devem voltar a subir até o fim do ano, ressaltando que “isso importa para sua decisão”, segundo a Reuters. Economista-chefe do BoE, Huw Pill também soou cauteloso quanto à persistência da inflação de serviços, mas disse que reduzir os juros agora é uma questão de “quando” e não de “se” ocorrerá.

Os retornos dos Treasuries foram pressionados pelas expectativas por flexibilização monetária do Fed. O mercado de títulos também acompanhou leilão do Tesouro dos EUA de US$ 39 bilhões em T-notes de 10 anos – que teve demanda acima da média – e novos sinais sobre a incerteza quanto à candidatura do presidente americano Joe Biden para as eleições presidenciais. A deputada democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara e uma das aliadas mais antigas Biden, afirmou hoje que o presidente pode reconsiderar a tentativa de se reeleger depois do desastroso debate contra Donald Trump em junho. No fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,622%, o da T-note de 10 anos cedia a 4,280% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,469%.

Entre commodities, o petróleo fechou em alta robusta, em meio a sinais de demanda pelo óleo. Os estoques de petróleo dos EUA recuaram mais que o esperado no levantamento semanal do Departamento de Energia (DoE) e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas previsões otimistas de alta da demanda e da oferta global em 2024 e 2025, em relatórios divulgados hoje. O WTI para agosto fechou em alta de 0,85%, a US$ 82,10 por barril, e o Brent para setembro subiu 0,50%, a US$ 85,08 por barril.

JUROS

A inflação de junho, mais branda do que a mais otimista das projeções do mercado, abriu espaço para a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) e afastou quase inteiramente a possibilidade de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês. Apesar disso, o mercado segue cauteloso em relação ao cenário fiscal, e a expectativa dos especialistas é de que a volatilidade nos juros futuros persista até haver mais clareza sobre quais serão as medidas do governo para controlar o déficit nas contas públicas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho em 0,21%, ante 0,46% em maio. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,27% e 0,38%, com mediana positiva de 0,32%. Em 12 meses, a alta do IPCA foi de 4,23%, resultado igualmente abaixo do piso das previsões dos analistas, que iam de 4,25% a 4,40%, com mediana de 4,34%. O indicador derrubou as taxas de DI, que em determinado ponto do pregão chegaram a recuar 20 pontos-base, e reforçou a visão do mercado de permanência da Selic em 10,50% ao ano na próxima decisão do Copom, que será divulgada em 31 de julho.

Segundo Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, a curva de juros passou a embutir probabilidade quase zero de aumento ou corte da Selic para a próxima reunião do Copom, mas para o final do ano essa hipótese muda, deixando implícita um taxa de 10,98%. O prêmio em relação à taxa atual, no entanto, está mais relacionado à percepção de risco do que a uma possibilidade concreta de alta da Selic, de acordo com Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset. “Enquanto a gente não tiver um sinal concreto de que o governo vai reduzir despesas, o mercado fica flutuando ao sabor de notícias e indicadores técnicos”, afirmou. “A gente vai continuar com volatilidade. As taxas de DI não têm por que fechar muito se a gente não tiver essa confirmação. Como a gente está olhando em espectro de tempo mais longo, ela sempre

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